O documentário retrata a vida e a visão de influentes personalidades que moram em coberturas. A crítica maior fica por conta da total falta de realismo por parte das pessoas que foram retratadas. Comentários como "existem, na sociedade, pessoas que andam de FIAT" – com total sarcasmo – e "as balas deixam um rastro, parecem fogos de artifício" – sem ironia alguma – mostram a completa falta de empatia e praticamente a impossibilidade da existência dessa entre os entrevistados e o "resto do mundo". A noção doentia de que, por estarem "isolados" acima de todos os outros, essas pessoas não integram a sociedade é altamente danosa e prejudicial, pois essas são pessoas influentes que, completamente à parte da realidade, controlam e alteram a vida das massas, ou, minimamente, de alguns grupos. Enquanto produto da arquitetura, o isolamento e o distanciamento têm de ser pesados em quaisquer projetos a serem idealizados ou realizados. A discrepância entre classes sociais e a consciência dela dependem, também do projeto que criamos para a sociedade, também, no plano físico. É importante ressaltar a aplicabilidade do que é mostrado no que vivemos diariamente em nossa particularidade. Somos também culpados de não conhecermos a realidade daqueles que são diferentes de nós, assim, a classe A não conhece a B, que não conhece a C e progressivamente isso se repete. O elemento que agrava a situação do documentário é a influência que aquelas pessoas têm na vida de terceiros. São muitas as maneiras de analisar o documentários e muitos caminhos a serem seguidos e elaborados em seus conceitos, esse é apenas um deles, mas as possibilidades abertas são inúmeras.
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