A noção de que habitamos o mundo real e de que o mundo virtual é de alguma forma "menos" ou "menor" é amplamente difundida e aceita, contudo pode ser facilmente questionada. A contemporaneidade, tecnológica, demonstra que o mundo virtual pode não estar tão distante assim de se equiparar à realidade. Sensações, sentidos e até mesmo o acaso podem ser representados no mundo virtual, então o que é que prova que não estamos, nós, no mundo virtual? No debate, levantou-se o argumento da 'energia vital', prana, que distingue em última instância o real do virtual. Creio nesse argumento, a perfeição da representação do real não pode ser senão o próprio real. O plano virtual, se considerado desprovido de princípio vital, não será, nunca, a realidade. Não obstante, constatar a multiplicidade de pessoas e seu consequente espectro de reatividade e sensibilidade à referida energia da vida é necessário. Muitos de nós têm pouca percepção desse tipo de nuance e não distingue com clareza os dois planos, resta saber quanta susceptibilidade a maioria das pessoas tem a se perder no limiar da realidade. Hemos de esperar o desenvolvimento pleno – se é que o atingiremos – dessa vertente da tecnologia para julgar a possibilidade de qualquer tipo de substituição de um pelo outro. Hoje, embora em constante aprimoramento, o plano virtual ainda pode, quase sempre, ser separado do real e, não pode, quase nunca, substituí-lo.
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